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quarta-feira, 26 de maio de 2010

A maldição do Técnico do Ano
Publicado por Adriano Albuquerque Maio 25 2010

Aproveite enquanto pode, Scotty Brooks. Se o padrão dos últimos três anos se mantiver, você vai estar desempregado no ano que vem.
NBAE/Getty Images
Phil Jackson não estava brincando quando, há alguns anos, menosprezou ter sido esnobado na eleição para Técnico do Ano, dizendo que o prêmio era “amaldiçoado”. Com a demissão de Mike Brown pelo Cleveland Cavaliers na última segunda-feira (24 de maio), apenas um técnico premiado nos últimos 10 anos continua na mesma equipe, e somente dois foram campeões da NBA após serem laureados.

A tal maldição, aliás, dura desde 1998, quando Larry Bird, então treinador do Indiana Pacers, venceu o prêmio em sua primeira temporada no comando da equipe. Bird obteve sucesso com o Pacers em seus três anos no banco, levando o time a três finais de Conferência Leste consecutivas e uma final de NBA, mas desistiu da função após a temporada 1999-2000, passando a atuar como dirigente da franquia em 2003.

Desde Bird, a lista só tem um técnico que durou mais de três temporadas após receber o prêmio – justamente o único a conquistar um título com a mesma equipe em que foi laureado: Gregg Popovich, Técnico do Ano em 2002-03, temporada em que conquistou seu segundo campeonato à frente do San Antonio Spurs. Ele seria campeão com o Alvinegro texano mais duas vezes, em 2005 e 2007.

Fora Pop, apenas Larry Brown, premiado em 2000-01 pelo seu trabalho com o Philadelphia 76ers, foi campeão após receber a honraria, mas não com o time da Filadélfia. Ele trocou o Sixers pelo Detroit Pistons dois anos depois e conquistou o título em sua primeira temporada na nova equipe, em 2003-04. Mas nem ele escapou da maldição: dois anos depois, se mudou para o New York Knicks, realizando o sonho de treinar o time de sua cidade-natal, e acabou demitido após fazer uma péssima temporada.

De resto, somente Mike D’Antoni, melhor técnico em 2004-05 com o Phoenix Suns, não terminou demitido, embora isso seja questão de semântica, já que o Suns lhe deixou “à vontade para procurar outro emprego” em 2008, e D’Antoni acabou aceitando oferta para treinar o Knicks naquele ano. Desde 2006, todos os vencedores do prêmio foram demitidos no máximo dois anos após receberem a honra: Avery Johnson (prêmio em 2006, rua em 2008), Sam Mitchell (prêmio em 2007, rua em 2008), Byron Scott (prêmio em 2008, rua em 2009) e Mike Brown (prêmio em 2009, rua em 2010).

Talvez não haja nenhuma maldição, e a culpa seja dos eleitores do prêmio, que deveriam olhar melhor esse “currículo” e repensar em seus critérios. Jerry Sloan, Stan Van Gundy, Nate McMillan e Rick Adelman estão entre os candidatos que provavelmente foram injustiçados nessa eleição nos últimos anos, e todos eles ainda estão empregados e fazendo trabalhos consistentes em suas equipes. De uma forma ou de outra, o premiado deste ano, Scotty Brooks, que fique de olhos abertos. Seu emprego no Oklahoma City Thunder pode não durar muito...

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