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sábado, 25 de setembro de 2010

Sonho mais distante
Publicado por Adriano Albuquerque Septembro 24 2010

Parece que já passou uma eternidade desde que Anderson Varejão chegou às Finais com o Cavs, em 2007.
NBAE/Getty Images
Há cerca de três anos, Anderson Varejão e o Cleveland Cavaliers alcançavam as Finais da NBA de forma surpreendente, ao superar o Detroit Pistons nas finais da Conferência Leste. Parecia que seria questão de tempo para vermos um brasileiro campeão na liga profissional mais famosa do mundo. Nenê e Leandrinho chegaram muito perto da decisão em anos consecutivos, mas bateram na trave, derrotados pelo Los Angeles Lakers na final da Conferência Oeste. Agora, mesmo com a chegada de Tiago Splitter ao San Antonio Spurs, time que venceu o Cavs naquela final de 2007, esse sonho parece muito mais distante.

Apesar de o número de brasileiros na liga ter aumentado para quatro neste ano, seus times se apresentam em momentos complicados, de transição, e alcançar o título, para qualquer um deles, vai exigir uma grande conjunção de fatores favoráveis, incluindo uma dose enorme de sorte. Quem vai precisar de mais sorte, quem diria, será Varejão. Seu Cavaliers dominou com folgas a temporada regular nos últimos dois anos, mas perdeu o homem que lhe permitia fazê-lo, LeBron James, para o Miami Heat. Aproveitamento do Cavs sem LeBron desde 2003: 10 vitórias e 16 derrotas, sendo que, nas últimas três temporadas, foram 13 derrotas e apenas uma vitória. Nada promissor para o "Coisa Selvagem".

Outro que vai precisar de ajuda divina é Leandrinho. Em maio passado, ele chegou muito próximo de sua primeira final de NBA, mas o Phoenix Suns perdeu a decisão do Oeste para o Lakers por 4 a 2. Depois disso, o time do Arizona decidiu enviá-lo para o Toronto Raptors em uma troca. A equipe canadense não chegou aos playoffs na última temporada e está em momento de reconstrução após perder seu maior astro, o ala-pivô Chris Bosh, também para Miami. Chegar aos playoffs já seria uma vitória impressionante para os “dinossauros”, e o time rubro-negro não parece ter armas suficientes para brigar com Miami, Boston Celtics ou Chicago Bulls, favoritos do Leste.

No Oeste, Nenê e seu Denver Nuggets pareciam ser fortes o bastante para bater o Lakers nos últimos dois anos. Em 2009, o time caiu em uma decisão acirrada contra os angelinos, e neste ano, a equipe sentiu a ausência do técnico George Karl, que teve de se afastar para tratar um câncer. Para esta temporada, o Nuggets certamente estaria na lista dos candidatos ao título da conferência, não fosse a notícia que seu grande astro, Carmelo Anthony, não pretende assinar uma extensão contratual, e os boatos de que será trocado antes do final do campeonato. A história mostra que, quando grandes craques são trocados, o time original jamais recebe valor igual de volta, e demora pelo menos dois anos para se firmar novamente entre os favoritos. Se Anthony sair mesmo, pode riscar Denver da lista de candidatos.

Por fim, temos o Tiago Splitter, que vem com o status de melhor jogador da última temporada da Liga ACB, o campeonato espanhol, considerado o melhor do mundo depois da NBA. Porém, a adaptação aos EUA e ao seu estilo de jogo leva tempo – é só ver Luis Scola, ex-companheiro de Splitter, que chegou à América com a mesma banca, mas só se firmou como protagonista no Houston Rockets depois de três anos. Além disso, o Spurs, candidato perene ao título, já dá sinais de decadência há tempos – foi eliminado na primeira rodada dos playoffs em 2009 e na segunda rodada em 2010. A base para o futuro é sólida, com Splitter, Tony Parker, George Hill e DeJuan Blair, mas ainda deve levar tempo para se estabelecer e brigar pelo troféu.

Portanto, torcedor brasileiro, prepare-se. Pode ainda demorar um tanto para ouvirmos um jogador da NBA gritar "É campeão", em português. Por ora, resta-nos torcer pelo desenvolvimento de nossos jogadores neste momento complicado de seus times. Quem sabe isso não traga a força necessária para superar as adversidades no Pré-Olímpico de 2011, em Mar del Plata, casa de nossos principais concorrentes, os argentinos...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Uma classe muito talentosa
Publicado por Guilherme Buso Setembro 23 2010

O grande destaque do Draft 2010 é o quinteto da Universidade de Kentucky, liderados pelo número um, o ala/armador John Wall.
NBAE/Getty Images
A temporada 2010/2011 da NBA está bem perto de começar e, como em todo ano, muitos jogadores farão sua estreia na maior liga de basquete do mundo. A classe de rookies está cheia de talento e a expectativa é muito grande em cima de muitos deles.

Para começar a lista de novatos, o número um do Draft da temporada anterior, o pivô do Los Angeles Clippers, Blake Griffin, não jogou uma partida sequer no último campeonato, devido a uma lesão no joelho. Dessa maneira, o jogador entra com força total para rechear mais ainda a classe de rookies de 2010.

Outro destaque nessa turma talentosa é o brasileiro Tiago Splitter, que assim como Griffin, passou pelo Draft há um tempo, em 2007. O pivô chega para atuar no San Antonio Spurs nesta temporada com o status de MVP da segunda maior liga do mundo, a ACB da Espanha, e tem grandes chances de brigar entre os melhores novatos este ano.

Além dos dois, os selecionados no Draft em 2010 também são bastante talentosos. Os alas Evan Turner, do Philadelphia 76ers, e Wesley Johnson, do Minnesota Timberwolves, mais o pivô Derrick Favors, do New Jersey Nets, são nomes que devem se sobressair nessa turma.

Agora, o grande destaque entre os novatos desta temporada, com certeza, vai para o quinteto da tradicional Universidade de Kentucky. Desde 1957, 79 atletas de UK já foram “draftados” e pela primeira vez na história da NBA, uma única universidade conseguiu ter cinco jogadores escolhidos na primeira rodada, entre os 30 primeiros colocados, do Draft.

O time comandado pelo técnico John Calipari não conseguiu o título da NCAA (Campeonato Universitário), mas foi a sensação do basquete norte-americano no último campeonato. Fãs de todas as idades, incluindo artistas, rappers e outras celebridades, paravam para ver o jogo rápido e atlético do ala/armador John Wall e seus companheiros.

Wall foi o número um do Draft 2010, escolhido pelo Washington Wizards, e também entrou para a história de Kentucky por esse feito. Antes dele, o pivô Sam Bowie havia sido o melhor “draftado” de UK, sendo a segunda escolha do Portland Trail Blazers, em 1984. O engraçado desse caso, é que na terceira posição, o Chicago Bulls escolheu o ala da Universidade de North Carolina, Michael Jordan. Será que os Blazers se arrependeram disso?

Completando o quinteto de Kentucky, o pivô DeMarcus Cousins foi escolhido na quinta posição pelo Sacramento Kings; o ala/pivô Patrick Patterson foi o 14º pelo Houston Rockets; o armador Eric Bledsoe foi o 18º pelo Oklahoma City Thunder, mas foi trocado para o Los Angeles Clippers; e o pivô Daniel Orton foi o 29º pelo Orlando Magic.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Obrigado, Durant!
Publicado por Guilherme Buso Setembro 12 2010

Ninguém conseguiu parar o ala do Oklahoma City Thunder, Kevin Durant, que foi o cestinha da final e o MVP do Mundial.
NBAE/Getty Images
Os Estados Unidos superaram a Turquia, por 81 a 64, e conquistaram o título mundial de basquete masculino e os brasileiros só podem agradecer por esse resultado.

O motivo é que juntamente com o troféu de campeão e as medalhas de ouro, os norte-americanos garantiram uma das 12 vagas para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Isso significa que para o Pré-Olímpico das Américas, que será realizado no ano que vem em Mar del Plata (ARG), a Seleção Brasileira terá um grande concorrente a menos para buscar uma das duas vagas que o continente americano tem direito na próxima Olimpíada.

O título dos norte-americanos foi conquistado graças ao bom desempenho do ala Kevin Durant, cestinha do jogo com 28 pontos e eleito o MVP (Jogador Mais Valioso) do Mundial. O jovem atleta do Oklahoma City Thunder fez um campeonato impecável e mostrou que está no mesmo nível dos principais astros do basquete.

Durant impressionou a todos com sua versatilidade e a maneira rápida com que se adaptou ao estilo de jogo internacional. Craques da NBA como Kobe Bryant, LeBron James, Allen Iverson, Tim Duncan e quase todos os outros que vestiram a camisa do Team USA sentiram dificuldade com a marcação zona e o estilo mais defensivo dos adversários. O ala, de 21 anos, não ficou intimidado em nenhum momento. Encarou todas as seleções como se fosse a quinta Olimpíada da carreira.

Cestinha da NBA na última temporada (30,1 pontos por partida), Durant está acostumado a fazer um jogo com mais infiltrações e arremessos próximos ao garrafão. Nesse Mundial, o jogador mudou suas características arriscando menos batidas para dentro e mais chutes de fora. Ele estava impossível nos tiros de 3 pontos e terminou a competição com 45,6% (26 certos em 57 tentativas) de aproveitamento, superando, facilmente, os 36,1% que teve na liga norte-americana 2009/2010.

O técnico da equipe, Mike Krzyzewski, percebeu o comprometimento de Durant e quão focado ele estava na competição e fez com que o time jogasse em função dele, um fato nada característico do treinador. O ala quase não saía de quadra nos jogos mais difíceis, contra o Brasil por exemplo, e foi o grande termômetro dos Estados Unidos. Das quartas até a final do Mundial, o jogador do Thunder sentou apenas seis dos 120 minutos jogados.

Se não fosse Durant, esse jovem elenco dos Estados Unidos talvez não venceria o título mundial, que desde 1994 não era conquistado. Por esse motivo, a festa foi muito grande entre os jogadores e comissão técnica após o fim da partida. Foi uma mistura entre a sensação doce da vitória e um pouco de alívio. Sensação que deverá ser parecida ao que nós brasileiros poderemos sentir no próximo Pré-Olímpico.
Obrigado, Durant!
Publicado por Guilherme Buso Setembro 12 2010

Ninguém conseguiu parar o ala do Oklahoma City Thunder, Kevin Durant, que foi o cestinha da final e o MVP do Mundial.
NBAE/Getty Images
Os Estados Unidos superaram a Turquia, por 81 a 64, e conquistaram o título mundial de basquete masculino e os brasileiros só podem agradecer por esse resultado.

O motivo é que juntamente com o troféu de campeão e as medalhas de ouro, os norte-americanos garantiram uma das 12 vagas para os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Isso significa que para o Pré-Olímpico das Américas, que será realizado no ano que vem em Mar del Plata (ARG), a Seleção Brasileira terá um grande concorrente a menos para buscar uma das duas vagas que o continente americano tem direito na próxima Olimpíada.

O título dos norte-americanos foi conquistado graças ao bom desempenho do ala Kevin Durant, cestinha do jogo com 28 pontos e eleito o MVP (Jogador Mais Valioso) do Mundial. O jovem atleta do Oklahoma City Thunder fez um campeonato impecável e mostrou que está no mesmo nível dos principais astros do basquete.

Durant impressionou a todos com sua versatilidade e a maneira rápida com que se adaptou ao estilo de jogo internacional. Craques da NBA como Kobe Bryant, LeBron James, Allen Iverson, Tim Duncan e quase todos os outros que vestiram a camisa do Team USA sentiram dificuldade com a marcação zona e o estilo mais defensivo dos adversários. O ala, de 21 anos, não ficou intimidado em nenhum momento. Encarou todas as seleções como se fosse a quinta Olimpíada da carreira.

Cestinha da NBA na última temporada (30,1 pontos por partida), Durant está acostumado a fazer um jogo com mais infiltrações e arremessos próximos ao garrafão. Nesse Mundial, o jogador mudou suas características arriscando menos batidas para dentro e mais chutes de fora. Ele estava impossível nos tiros de 3 pontos e terminou a competição com 45,6% (26 certos em 57 tentativas) de aproveitamento, superando, facilmente, os 36,1% que teve na liga norte-americana 2009/2010.

O técnico da equipe, Mike Krzyzewski, percebeu o comprometimento de Durant e quão focado ele estava na competição e fez com que o time jogasse em função dele, um fato nada característico do treinador. O ala quase não saía de quadra nos jogos mais difíceis, contra o Brasil por exemplo, e foi o grande termômetro dos Estados Unidos. Das quartas até a final do Mundial, o jogador do Thunder sentou apenas seis dos 120 minutos jogados.

Se não fosse Durant, esse jovem elenco dos Estados Unidos talvez não venceria o título mundial, que desde 1994 não era conquistado. Por esse motivo, a festa foi muito grande entre os jogadores e comissão técnica após o fim da partida. Foi uma mistura entre a sensação doce da vitória e um pouco de alívio. Sensação que deverá ser parecida ao que nós brasileiros poderemos sentir no próximo Pré-Olímpico.

domingo, 12 de setembro de 2010

Tem Brasil na Final da WNBA
Publicado por Luiz André Guazzelli Septembro 10 2010

A ala brasileira Janeth Arcain foi o maior nome brasileiro na WNBA. A ex-cestinha da seleção brasileira foi tetra-campeã da liga atuando pelo Houston Comets.
NBAE/Getty Images
Se no masculino os jogadores brasileiros ainda não conseguiram chegar a uma final da NBA, no feminino mais uma vez seremos bem representados. O Atlanta Dream da ala Iziane e da pivô Érika começa a disputar o título da WNBA neste domingo contra o Seattle Storm.

Porém, as brasileiras não terão vida fácil. Afinal, o Seattle foi a melhor equipe da temporada regular e conta com a MVP do campeonato a pivô australiana Lauren Jackson, considerada por muitos a melhor jogadora do mundo. Além disso, também tem como outro grande destaque a armadora Sue Bird, campeã olímpica pelos Estados Unidos, em 2008, na China.

As brasileiras tem feito um bom campeonato. Iziane vem com expressiva média de 16,9 pontos e 2,6 assistências por partida. Enquanto Érika tem média de 12,4 pontos, 8,3 rebotes e 1,2 tocos por jogo. Érika tenta seu segundo título de WNBA. A atleta foi campeã em 2002 pelo Los Angeles Sparks.

A série melhor de cinco começa neste domingo e se for necessário um Jogo 5 este será realizado no dia 21 de setembro, apenas dois dias antes da estréia da seleção brasileira no Mundial de Basquete da França.

É o basquete nacional mais uma vez presente e com destaque em um dos mais importantes campeonatos do mundo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010



- O evento contará com lendas da NBA: Bruce Bowen, Ron Harper, e Dee Brown -

NOVA YORK, 9 de setembro de 2010 - Lendas da NBA, Bruce Bowen, Ron Harper, e Dee Brown liderarão o primeiro Americas Team Camp da NBA apresentado pela Nike, que se realizará este ano no Rio de Janeiro entre os dias 23 e 26 de setembro, foi anunciado hoje pela National Basketball Association (NBA). [READ RELEASE IN ENGLISH]

Americas Team Camp da NBA apresentado pela Nike unirá os 40 melhores jogadores jovens de basquete (10 de cada país) representando o Brasil, a Argentina, o México, e o Porto Rico para quatro dias de treinos e competições de basquete intensivas lideradas pelas lendas e técnico da NBA. Selecionados pela NBA, Nike, e as federações participantes, os campistas também participarão em seminários diários que se focalizam na importância da educação, liderança, desenvolvimento de caráter, saúde e bem-estar. Nike, o sócio apresentador do acampamento, vestirá a todos os participantes com calçados e roupas esportivas.

"Americas Team Camp da NBA é parte da iniciativa da liga para crescer o esporte na América Latina", disse Philippe Moggio, Vice-presidente da NBA para a América Latina. “Com o apoio dos nossos parceiros, Nike e HP, jovens atletas de basquete da região se beneficiarão do mais alto nível de instrução de basquete pelas lendas e técnico da NBA neste acampamento fenomenal que combina o esporte com a educação”.

Acompanhando as lendas da NBA como técnico do acampamento estarão o Gordon Chiesa, Diretor de Scouting do Memphis Grizzlies, após 15 anos como técnico assistente do Utah Jazz, e Miles Simon, ex-jogador da NBA e técnico assistente universitário (Arizona). Dee Brown, que ganhou a competição de enterradas com uma enterrada "sem ver" em 1991, supervisionará como diretor do acampamento. Para promover ainda mais o esporte na região, dez treinadores de basquete da América Latina, selecionados pela FIBA Américas, serão convidado para observar o acampamento e participar em sessões de treinamento.

“Americas Team Camp da NBA apresentado pela Nike ensina jovens jogadores de basquete a importância do trabalho duro, da dedicação, do trabalho em equipe e do espírito esportivo”, disse Lynn Merritt, Vice-presidente de Marketing Global de Basquete da Nike. “Estas são todas as qualidades vitais dos campistas, quais lhes servirão bem no futuro dentro como fora das quadras, e estamos orgulhosos de trabalhar com a NBA para promover estes valores”.

HP servirá como um parceiro de marketing, e a CBB como um parceiro organizacional para o Americas Team Camp, que acontecerá no Marina Barra Clube, Rio de Janeiro.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A evolução do basquete brasileiro
Publicado por Guilherme Buso Setembro 8 2010

O Brasil terá quatro representantes na próxima temporada da NBA: Leandrinho (Toronto Raptors), Nenê (Denver Nuggets), Anderson Varejão (Cleveland Cavaliers) e Tiago Splitter (San Antonio Spurs).
NBAE/Getty Images
Há exatamente quatro anos, as críticas eram enormes em cima da Seleção Brasileira de basquete masculino. Após a eliminação na primeira fase do Campeonato Mundial do Japão, em 2006, criticaram os jogadores, a comissão técnica, os dirigentes e todas as pessoas envolvidas com a modalidade. Sobrou para todo mundo.

Nesta terça-feira, o Brasil não conseguiu superar sua maior rival, a Argentina, nas oitavas de final do Mundial da Turquia. Porém, a sensação da derrota foi bem mais tranquila. Vimos em quadra um time que jogou com confiança, encarou todos os adversários de igual para igual e por muito pouco, muito pouco mesmo, não passou para as quartas de final da competição.

É claro que as críticas vão existir. E devem. Afinal, perdemos mais uma partida importante para os argentinos e não alcançamos o nosso objetivo de estar entre os oito melhores do mundo. Assim como em 2006, os jogadores, o técnico e muitas outras pessoas vão ouvir. Não tem jeito.

A grande diferença é que as imagens que ficam dessa Seleção são muito melhores que as das competições passadas. O Brasil venceu três das seis partidas que disputou, uma delas contra uma potência do basquete mundial, a Croácia. E os jogos que perdemos foram contra seleções fortes tecnicamente, talvez até melhores que a gente, mas que foram definidos somente nos últimos segundos.

Contra os Estados Unidos, a Seleção Brasileira teve a chance de sair de quadra com a vitória no último lance do jogo. Na partida diante da Eslovênia, a grande sensação do Mundial, perdemos por apenas três pontos. E nas oitavas de final, frente aos argentinos, levamos o jogo até o minuto final, mas cometemos alguns erros na hora de decidir.

Vi muita gente escrever no Twitter aquela frase “jogamos como nunca e perdemos como sempre”. Isso me chateia. Pode até ser que a parte do “perdemos como sempre” se encaixe, afinal, estamos eliminados do Mundial. Mas, falar que “jogamos como nunca” não está correto.

O Brasil sempre esteve e nunca deixou de estar na elite do basquete internacional. Até a década de 80, estivemos entre os quatro melhores, ao lado de EUA, União Soviética e Iugoslávia. Porém, vale lembrar que os norte-americanos são os eternos “Number 1” e os outros dois países se dividiram, após a Guerra Fria, em outras seis ou sete grandes seleções, como Croácia, Sérvia, Eslovênia, Lituânia e Rússia.

Além disso, a globalização do basquete através da NBA, principalmente, permitiu com que outras nações se interessassem pela modalidade e astros como o chinês Yao Ming, o alemão Dirk Nowitzki, o espanhol Pau Gasol, o argentino Manu Ginobili e outros tantos jogadores fossem criados e fortalecessem inúmeras seleções pelo mundo.

O basquete brasileiro está “jogando como sempre” e nunca deixará de jogar no seu estilo característico. É evidente que algumas adaptações têm sido feitas para que a Seleção Brasileira continue evoluindo e possa, assim, recuperar o seu prestígio internacional. O primeiro passo foi dado na Turquia e, agora, o próximo deverá ser dado no Pré-Olímpico, em Mar Del Plata (ARG), no próximo ano.

sábado, 4 de setembro de 2010

Dia da Independência?
Publicado por Luiz André Guazzelli Septembro 3 2010

Campeão olímpico pela Argentina e atual treinador do Brasil, Rubén Magnano é uma das armas brasileiras para bater os rivais e seguir em frente no Campeonato Mundial da Turquia.
NBAE/Getty Images
Após vários anos de fracasso e alguns péssimos resultados, o basquete brasileiro parece se recuperar. Hoje temos um organizado e bem disputado campeonato interno, alguns talentos jogando em grandes times da NBA e uma seleção brasileira consistente, competitiva e treinada por um campeão olímpico, o argentino Rubén Magnano.

A atual boa fase do basquete nacional tem sido comprovada neste Mundial. Endurecemos e quase ganhamos dos favoritos norte-americanos de Coach K (na verdade merecíamos a vitória). Perdemos para a Eslovênia graças a um segundo quarto desastroso e vencemos com autoridade a Croácia, garantindo a terceira colocação da nossa chave. Mas isso tudo ainda é pouco, e para seguir em frente no campeonato temos que passar pelas oitavas de final. Nosso adversário? Por ironia do destino, a Argentina, nosso maior rival e ultimamente, nosso grande carrasco.

Sem dúvida alguma, a Argentina ganhou na última década bastante respeito e admiração dos amantes do bom basquetebol. Afinal, foram resultados expressivos como o vice-campeonato mundial de 2002 e a inédita e talvez inesperada medalha de ouro olímpica em 2004, sob o comando do nosso atual treinador, Rubén Magnano. Nesse período a Argentina bateu o Brasil por diversas vezes, inclusive no último Pré-Olímpico quando o Brasil praticamente completo foi derrotado por uma Argentina extremamente desfalcada.

Alguns anos depois, temos a chance de devolver essa e outras derrotas. O mais engraçado é que essa chance ocorrerá logo no dia 07 de Setembro, Independência do Brasil. Seria essa a hora de espantar alguns fantasmas e conquistar um pouco de independência também no basquetebol? Espero que sim. O momento é esse.

A presença de Magnano do nosso lado pode ajudar bastante, pois ninguém conhece tão bem essa equipe quanto ele. Mesmo assim a Argentina parece levar um pouquinho de vantagem. Prigioni é um grande jogador e conhece bem nosso armador Marcelinho Huertas. Delfino sempre castiga o Brasil com seus arremessos de longa distância. Porém o grande fator de desequilíbrio atende pelo nome de Luis Scola. O ala do Houston Rockets é até agora o grande destaque e cestinha do campeonato com quase 30 pontos por partida e, certamente, dará muito trabalho a Anderson Varejão e Tiago Splitter.

No entanto nossa equipe também possui boas armas. Além da grande velocidade, evoluímos bastante na defesa. Tiago Splitter tem sido decisivo e o retorno de Varejão tem trazido de volta a explosão e a empolgação que precisávamos. Além disso, não podemos deixar de enaltecer o comando e a liderança de Huertas e esquecer de Leandrinho, Alex e principalmente Marcelinho Machado, nome do Brasil nas últimas duas partidas, graças a seus precisos e salvadores arremessos de três pontos.

Repito, a hora é essa. É o momento certo, o dia mais do que ideal para nossa seleção derrotar os hermanos e resgatar a confiança e a esperança no basquete nacional. Que seja um Feliz Dia da Independência para nós todos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Que venha a Argentina!
Publicado por Guilherme Buso Setembro 2 2010

A Seleção Brasileira chega para as oitavas de final do Mundial passando por um momento importante de consolidação do basquete no País.
Gaspar Nóbrega/CBB
A Seleção Brasileira mostrou nessa primeira fase do Campeonato Mundial que está pronta para enfrentar qualquer adversário. Falhas? Claro, que temos falhas. Mas, o mais importante é que demonstramos estar no mesmo nível de todas as seleções que disputam a competição na Turquia.

O Brasil venceu três partidas, diante do Irã, Tunísia e Croácia, e perdeu de apenas dois pontos para os Estados Unidos (70 a 68) e de somente três da Eslovênia (80 a 77). A campanha de três vitórias e duas derrotas nos deixou na terceira colocação do Grupo B, o que significa termos que enfrentar os nossos principais rivais, os argentinos, nas oitavas de final. Ótimo! E te digo porquê.

Apesar da falta que o pivô do Denver Nuggets, Nenê, faz e fará nesse Mundial, essa geração de atletas da nossa Seleção nunca esteve num momento tão bom em seus respectivos clubes. O pivô Tiago Splitter chega nesta temporada da NBA como o melhor jogador da Liga ACB (segundo maior campeonato do mundo). O ala do Toronto Raptors, Leandrinho, e o pivô do Cleveland Cavaliers, Anderson Varejão, são jogadores importantes da liga norte-americana. O armador Marcelinho Huertas está comandando a equipe brasileira com uma bagagem internacional de mais de sete anos na Europa.

Além disso, o basquete brasileiro vive uma fase de consolidação através do NBB, campeonato organizado pela nova e determinada Liga Nacional de Basquete. No último jogo, contra a Croácia, foram os jogadores que atuam no País que fizeram a diferença. O alas Marcelinho, do Flamengo, e Alex, do Brasília, foram os grandes nomes da vitória do Brasil. Sem contar as presenças importantes do ala/pivô Guilherme Giovannoni, também do Brasília, do pivô Murilo, do São José, e do ala Marquinhos, do Pinheiros.

O momento é muito favorável para o basquete brasileiro, que também tem a honra de ter uma Seleção comandada por um campeão olímpico, o argentino Rubén Magnano. O treinador trouxe, além de experiência, um outro olhar sobre o basquete internacional. E, o mais importante, ele sabe como parar o selecionado argentino, nossos próximos adversários nas oitavas de final.

Muitos podem estar com um pouco de receio de ter que enfrentar os argentinos já, logo nas oitavas. Mas, eu não estou nem um pouco preocupado. Que venha a Argentina!

Nas oitavas do Mundial

Além do confronto entre Brasil e Argentina, outros sete jogos agitam a segunda fase do Campeonato Mundial. Só jogão. Confira quais serão eles:

Sérvia (1º A) x Croácia (4º B)
Espanha (2º D) x Grécia (3º C)
Turquia (1º C) x França (4º D)
Eslovênia (2º B) x Austrália (3º A)
Estados Unidos (1º B) x Angola (4º A)
Russia (2º C) x Nova Zelândia (3º D)
Lituânia (1º D) x China (4º C)
Brasil (3º B) x Argentina (2º A)