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quinta-feira, 22 de abril de 2010

O time que todos odeiam amar
Publicado por Adriano Albuquerque Abril 21 2010

Kevin Durant joga muito e é carismático. Uma pena que o povo de Seattle não pôde vê-lo no auge.
NBAE/Getty Images
Que o Los Angeles Lakers é o time que todos amam odiar, todo mundo sabe. O que não há para se odiar nos Lakers? É o time queridinho da mídia e dos árbitros; sempre tirou grandes craques de outros times para formar suas grandes equipes; seus torcedores desfilam como se fossem os reis da cocada preta, embora tenbam menos títulos que o Boston Celtics. Seu uniforme é bonitinho, amarelo e roxo. Vivem numa cidade repleta de astros do cinema e da música, onde há sol o ano inteiro. Seu maior craque atual é um homem com histórico de comportamento tão arrogante e egoísta que, apesar de sua indiscutível posição entre os melhores de todos os tempos, se tornou um personagem polarizante como poucos na liga: ou você ama-o ou você o odeia.

Torcer pelo Oklahoma City Thunder na série de primeira rodada dos playoffs da NBA não só parece fácil, como também inevitável. Porém, não é tão simples assim. Não deveria ser tão fácil gostar do Thunder. Eu me sinto quase culpado por apreciar as qualidades do time batizado pela internet como “Sequestradores”, que deixou Seattle, uma das cidades mais tradicionais e apaixonadas por basquete, apenas dois anos atrás.

O Thunder é uma história de Hollywood sem final feliz. Um bilionário afim de expandir seus negócios ao mundo dos esportes profissionais compra um time grande em decadência, decide mudá-lo de cidade e apagar anos de história, cria um pretexto para justificar sua saída e faz todas as suas movimentações voltado para o futuro em uma nova localidade. Só que na vida real, não tem Whoopie Goldberg convocando torcedores à quadra para impedir a venda, nem Cameron Diaz voltando atrás e respeitando a tradição da franquia. Os torcedores se unem, fazem comícios, vigilâncias, campanhas, apelos, mas de nada adianta. O dinheiro fala mais alto. Clay Bennett leva o SuperSonics para sua terra natal e deixa Seattle chupando dedo. Já já, o New Jersey Nets vai pro Brooklyn, e não vai ter Zohan para impedir a construção da nova arena.

Porém, um produto bom e interessante é difícil de ser ignorado. Oklahoma City Thunder é um nome feio, que não atrai, mas Kevin Durant, por sua vez, esbanja carisma e simpatia. Um craque único, humilde, que engana à primeira vista e surpreende quem não conhece. O time inteiro é jovem e já demonstra qualidade e maturidade rara. Russell Westbrook é o tipo de armador completo que qualquer time procura. Jeff Green, James Harden e Serge Ibaka formam um núcleo que contagia e tem muita química.

Apesar das circunstâncias de como receberam seu time, os cidadãos da metrópole miniatura que é Oklahoma City não têm culpa pela estratégia de Bennett. A equipe é ainda mais “zebra” que antes, está num dos menores mercados dos EUA. Sua torcida se importa de verdade com o clube, grita e apoia de forma quase juvenil, como num jogo de escola em que seus filhos estão em quadra. Até o uniforme azul, embora genérico, é bonitinho.

É uma situação diferente. O Thunder é tão bom, tão interessante e promissor, que se torna quase impossível detestar e torcer contra. A posição de Davi na briga com o Golias Lakers torna uma semi-obrigação para os torcedores casuais comprarem o barulho de Oklahoma City. É justo torcer por OKC; uma pena que seja tão errado.

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